
Noite de Natal
Kassiano Rodrigues
Era noite de Natal, fazia muito frio, a família estava toda reunida numa cidadezinha do interior chamada Santiago, casa de uma de minhas tias. Estávamos todos envolvidos preparando a ceia, de repente alguém se lembrou do peru.
- E o peru? Quem vai matar?
Meu avô mais que depressa falou:
- Eu, eu mato.
Todos o olharam com ar de espanto. Era uma simples pessoa da cidade que não estava acostumado com aquela lida. Não deram muita importância ao fato e, deixaram para resolver isso mais tarde, pois, o peru já estava “bêbado” só faltava matá-lo para assar.
Mas, meu avô estava decidido, dirigiu-se então para o galpão, lá encontrou o peru, pronto para o abate. Olhou para um lado, olhou para outro como se procurasse algo. Neste instante, avistou um machado e, não pensou duas vezes, deu duas cuspidas nas mãos, botou o peru no tronco, pegou o machado e quando ele ia degolar o peru, minha tia gritou:
- Não! Não é assim!
Mas já era tarde, ele já estava na metade do caminho, mesmo assim com o susto do grito, a machadada pegou no canto do pescoço do peru, que começou a se debater jorrando sangue por todo o galpão.
Todos correram assustados para saber o motivo do grito. Lá estava meu avô todo ensangüentado, com um machado na mão e o peru vivo. Minha tia, com toda a paciência do mundo, pegou o peru, ensinou-lhe a matá-lo e a prepará-lo para assar. Todos ajudaram na limpeza do galpão, devido à travessura do vovô.
A ceia foi muito divertida, todos degustaram o peru rindo e brincando muito, relembrando a morte do peru.
Contado por: pai do Kassiano
Nenhum comentário:
Postar um comentário