Crendice popular
Marciano Antunes
Meu tio avô Acácio e minha tia avó Maria moravam em Ijuí, criavam suas sete filhas na maior harmonia, na santa paz de Deus.
Um belo dia, quando suas filhas já estavam ficando mocinhas , uma vizinha chamou minha tia avó e lhe disse “Dona Maria, a senhora sabia que quem tem sete filhas a mais velha pode ser bruxa!”
Minha tia avó ficou um pouco assustada, e muito supersticiosa lembrou-se que era sexta-feira, ficou pensando o porquê de a vizinha ter dito isso justo numa sexta-feira.
Durante o dia minha tia avó ficou pensativa. À noite, todos foram dormir, mas minha tia avó não conseguiu pregar o olho. Durante a madrugada minha tia avó escutou um barulho no quarto ao lado. Levantou-se, foi até o quarto de suas filhas e percebeu que uma delas, justamente a mais velha, chamada Janete, não estava na cama.
Minha tia avó, apavorada, preocupada com as premonições de sua vizinha, chamou meu tio avô Acácio, dizendo que Janete tinha sumido.
Tio avô saiu à procura de Janete, mas não encontrou ninguém. Quando ele chegou a casa, Maria contou-lhe a história da vizinha, e suas preocupações. Tio avô disse-lhe que não acreditava em tais superstições.
Acácio lembrou-se que a última sexta-feira do mês, tem baile na cidade e que Janete deveria ter saído escondida para ir ao baile.
Acácio e Maria combinaram que ficariam quietos, no escuro, esperando a volta de Janete.
O dia já estava amanhecendo, Janete pula a janela do quarto bem quietinha, pensando estarem todos dormindo. Nisso meu tio avô acende a luz, e pergunta a Janete por onde andava. Janete não pode mais mentir, acaba confessando que pulou a janela para ir ao baile.
Meu tio avô muito irritado com a situação, dá-lhe uma surra, para nunca mais esquecer. E que sirva de exemplo para as outras seis não saírem escondidas de casa.
Contada por: Ilda Antunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário