
A vaquinha que rendeu fortuna
Jéssica R. Constante
Em uma cidade do interior morava um senhor chamado Luis, com sua esposa Laura e cinco filhos. Eles eram muito pobres, só tinham uma vaca de leite e, não estavam satisfeitos. Então seu Luís resolveu sair cidade afora para tentar negociar a vaquinha.
Um vizinho decidiu oferecer um cavalo pela vaquinha, Luís animado efetuou a troca, esquecendo-se de que não sabia andar no animal, mas não desistiu e continuou a caminhar.
Logo à frente Luís encontra um jovem que lhe ofereceu um porco pelo seu cavalo. Luis aceitou e, seguiu seu caminho. Mas o porco cada vez que encontrava um banhado rolava na lama, causando desânimo no comprador.
Mesmo assim, Luis seguiu adiante, agora encontrava pelo caminho um grande campo, onde um pastor de ovelhas cuidava de seu rebanho. Luís pensou ter achado a solução de seus problemas, trocaria o porco por uma ovelha. Ofereceu-lhe, então, o porco. O pastor por ter muitas ovelhas aceitou a proposta.
Luis seguiu seu caminho agora com uma ovelha, mas não contava que houvesse tantos rebanhos na localidade e, cada vez que eles encontravam um rebanho a ovelha misturava-se com as outras e mais uma vez a decepção da troca.
Depois de uma longa caminhada Luís encontra muitos patos em frente a uma propriedade. Animado resolve fazer uma proposta para a dona dos bichinhos, trocar a ovelha por um de seus patos. Acordo acertado, Luís sai com um pato nas costas. No caminho percebe que o pato está sujando toca a sua roupa e aborrece-se pensando ter feito um mal negócio.
Por fim avistou um aviário, novamente aproximou-se da propriedade e propôs uma troca. Contou ao dono do aviário toda a sua trajetória e o homem comovido deu-lhe um galo e ficou com o pato para o almoço.
Luís já cansado ia para casa, pois não suportava mais a fome. No caminho deparou-se com um casebre, perto dele uma senhora muito velhinha estendia roupas. Luís aproxima-se e pergunta para a velhinha:
- A senhora tem algo que eu possa comer? Estou viajando há algum tempo e estou morrendo de fome!
- Meu filho! Não tenho comida nem para mim!
Luís comoveu-se e disse para a senhora que podia matar o galo que ele trazia. A senhora alegremente matou o animal, limpou e fez uma paçoca para os dois. Luís jantou, pernoitou naquele casebre e, no dia seguinte despediu-se e voltou para casa sem nada.
Antes de chegar a sua casa, Luís passou na casa de um compadre e contou-lhe todo o seu drama. O compadre fez uma oposta com Luís que Laura não o aceitaria de volta a casa. Mas se Laura o aceitasse de volta depois de tudo isso, ele lhe daria toda a sua fortuna.
Luís foi para casa pensando em como falar com Laura. Quando se aproximou de casa Laura o avistou e chamou as crianças para recebê-lo. Todos estavam alegres com a chegada de Luís.
Dentro de casa Laura pergunta para Luís:
- Ué homem! que fim deu a vaca?
- Tu nem sabe muié, troquei-a por um cavalo.
- Fizeste bem, assim as crianças vão poder galopar nestas terras. Tá! Mas cadê o cavalo?
- Achei que você não gostaria e, troquei-o por um porquinho.
- Excelente! Assim podemos fazer toucinho. Onde está o porquinho?
- Ah! É que...
- Vamos, diga.
-Ele começou a rolar na lama e estava muito sujo, então negociei com um pastor por uma ovelha.
- Meu Deus! Que maravilha! Vamos ter lã para fazer acolchoados para o inverno. Mas, onde está o animal?
- Como tu já sabe “muié” não tem só um rebanho na cidade e, a ovelha queria juntar-se com as outras e, eu não suportei.
- E o que fizeste com a ovelhinha?
- Troquei-a por um pato.
- Meu marido, você se lembrou do laguinho em frente da casa, né?
- Lembrei sim, mas o pato me sujou por inteiro e eu aproveitei que tava na frente do aviário e negociei por um galo.
- Mas isto foi genial, agora “nóis vamo” ter quem nos acorde de manhã cedo. Tá homem! Mas aonde anda o tal galo?
- Bá muié! Agora é que é! Eu fiquei muitos dias viajando, sem nada para comer. Depois de tantos negócios encontrei uma velhinha que também não tinha nada para comer, então pedi para a velhinha fazer uma paçoca do galo e, ela fez e nos matou a fome.
- Meu marido, bem que tu fizeste! Não ia morrer de fome. Fizeste muito bem!
Enquanto isso o compadre estava atrás da porta escutando tudo. Como Laura perdoou Luis e o compreendeu, só restava o compadre cumprir a promessa. Dar-lhe toda a sua fortuna e ficar pobre.
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